05/10/11

ILUSTRAÇÃO DO POEMA "EXÍLIO" DE ALEXANDRE VARGAS

"Exílio"

É noite e Cyborg dorme o seu sono de morte,

os dois acordes do som, na noite repetem:«Cyb-org,

Cyb-org) Cyb-org) Cyb-org...» e os autómatos crescem

na sombra funérea e ígnea dos luzes horizontes,

alguns ainda acendem os seus fachos claridade

para o descair ligeiro das placas violeta.



Irrompeu a cidade com um tremer de fumo de miragem

e toda se inflamou na sua tristeza sem igual,

com a cor do cimento, do ,branco e das vigas sobre o mar

aqui se implantou, aqui para sempre a luz paragem.

E nunca nenhum deus a jamais tentou vencer

e ninguém sem respeito para ela pode olhar.



É noite agora, o palácio adormecido onde de lado eu estaria

no estar sem espera, fecham as janelas e as grades

dos muros ainda porventura sem lembrança,

mas anoitece ainda a minha infância e sem correr,

eu, fantasma do que fui, procuro estar

na morte tão etérea de uma ave de metal

                        
                                                                Cyborg – Livros Horizonte, 1978




     Sílvia Vieira

      Maria Miguel

     Helena Oliveira

     Ângela Santos

     Diogo Campos

     Ana Branco

     Joana Machado

             Ana Azevedo