É noite e Cyborg dorme o seu sono de morte,
os dois acordes do som, na noite repetem:«Cyb-org,
Cyb-org) Cyb-org) Cyb-org...» e os autómatos crescem
na sombra funérea e ígnea dos luzes horizontes,
alguns ainda acendem os seus fachos claridade
para o descair ligeiro das placas violeta.
Irrompeu a cidade com um tremer de fumo de miragem
e toda se inflamou na sua tristeza sem igual,
com a cor do cimento, do ,branco e das vigas sobre o mar
aqui se implantou, aqui para sempre a luz paragem.
E nunca nenhum deus a jamais tentou vencer
e ninguém sem respeito para ela pode olhar.
É noite agora, o palácio adormecido onde de lado eu estaria
no estar sem espera, fecham as janelas e as grades
dos muros ainda porventura sem lembrança,
mas anoitece ainda a minha infância e sem correr,
eu, fantasma do que fui, procuro estar
na morte tão etérea de uma ave de metal
Cyborg – Livros Horizonte, 1978
Sílvia Vieira
Maria Miguel
Helena Oliveira
Ângela Santos
Diogo Campos
Ana Branco
Joana Machado
Ana Azevedo